segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Despedida parcial !

Está na hora de lembrar este ano de começo,
recordar a aparição de uma meta de momentos,
incentivo a libertar os sentimentos que inalteço,
as derrotas e vitórias, saudades e os lamentos !

Na emoção do meu arquivo levo um mar de sensações,
experiências de segundos de abismo e de tormento,
libertadas em esquissos num caderno e em canções,
condensadas em poemas a que eu chamo de momento !

Ano zero de uma vida que mudou ao som da sorte,
na esperança de alcançar a conquista da certeza,
anciando um ano novo que me indique o meu norte,
só disponho de ambição e já liberto a fraqueza !

Boas metas para os seres que co-habitam este rumo,
que este ano seja um, de concretização de objectivos,
acreditem nos impulsos que eu aqui também assumo,
e alcancem nesse norte todos os escritos pretendidos !

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Natal !

Chegou o dia que as crianças mais esperam,
em que a familia aproveita para se encontrar,
outros tantos, a sonhar com o que quiseram,
pois na probreza ninguém têm para abraçar !

Precisamos dar valor a quem nos ama,
agradecer a felicidade se a temos neste dia,
lutar por acender e manter toda esta chama,
de um Natal por todo o ano a viver em alegria !

Não podemos esquecer quem o passa pela rua,
quem sozinho ultrapassa o frio da solidão,
vou rezar por quem tem uma consoada nua:
que encontrem pela noite um tecto e um chão !

Espero que esta meia-noite traga paz no sapatinho,
e que o mundo se decida a ser muito mais normal,
felicidade para todos pois vai nascer Jesus menino,
vinte e quatro de Dezembro seja então Feliz Natal !

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Liberdade !

Como direito que se exalta em todo o mundo,
merece ser considerada em qualquer estado,
mas vai sofrendo agressões todo o segundo,
como se fosse um simples marco do passado !

Recordo então declarações feitas outrora,
depois de guerras, massacres e insegurança,
e vou sentindo o desprezo a toda a hora,
perante selvas que se matam sem esperança !

Não compreendo este assalto ao ser humano,
este privar de passos firmes e mente aberta,
fugindo para o refúgio e sentindo muito engano,
esquecendo que no corpo há uma vida desperta !

Fica então um sentimento de fracasso,
de impotência perante o mundo envolvente,
ambicionando para o humano grande passo:
" Inventar a liberdade em semente " !

sábado, 8 de dezembro de 2007

Planisfério !

Já é noite e sinto a chuva na janela,
numa mesa estou a olhar o planisfério,
e tão somente tendo a luz de uma vela,
vou apontando para um mundo de mistério !

É tão azul em percentagem esta mesa,
é tão imensa a nossa terra recortada,
e como que por uma espécie de surpresa,
vejo fronteiras onde o ódio nunca acaba !

Se no azul que é só um , há tantos nomes,
é prevísivel a divisão em tudo o resto,
até no alto e silêncio de alguns cumes,
erguem bandeiras de orgulho e de protesto !

Conto nos dedos os continentes separados,
outrora unidos pelas leis de quem criou,
escrevendo tempos com relógios desligados,
estrangando o mundo que já antes acabou !

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Invadido !

Vou pensando nesse assunto nem sei qual,
estou acordado neste sono tão profundo,
e dúvidoso sobre o que faço aqui afinal,
dou uma volta e viro costas para o mundo !

Qual a verdade em tudo aquilo que eu leio?
Em que acredite nesta história que eu aprendo?
Neste momento sou invadido por um anseio;
quero acordar com um toque real do vento !

Sinto tormento aqui á beira deste abismo,
olho para vida e vejo que ela só me engana,
sinto medo que se aproxime grande sismo,
que me acorde, e me faça cair da cama !

Sou ingrato para os dias que já vivi,
sou injusto para o sol que me aqueceu,
e nesta dúvida sobre o que faço aqui,
tenho sono, sinto medo, digo Adeus !

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Páginas !

Nos matutinos que me informam sobre o mundo,
vejo a história que se escreve em tantas terras,
vou lamentando a existência de alguns mundos,
onde a paz é dominada pelas guerras !

Numa manchete vejo a pobreza do Darfur,
a decadência do Togo, do Congo e do Sudão,
e num anexo fotográfico que eu procure,
sinto armas, que não sentem qualquer coração !

É um jornal que diarimente é repetido,
muda a data mas o conteúdo perpétua,
mais um tiro que mesmo longe é sentido,
nesta noite de quem não tem a luz da lua !

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Astro !

Sou um astro que órbita em qualquer parte,
vou conhecendo este universo envolvente,
e em tentativas para fazer a minha arte,
vou descobrindo nova estirpe de sementes !

Concentro-me numa visão planetária,
conquistada ao plantar de um novo verso,
não sentindo qualquer tipo de carga horária,
vou regando de ambição este universo !

Lanço agora um cometa de poesia,
que derrete e vai caindo no esquecimento,
isto, que vou plantando em qualquer dia,
já passou, e foi somente um momento !

Sou vaivém de pensamentos viajantes,
mais um radar que tira notas de um vida,
são sementes que assim nascem de instantes,
para lançar na expedição mais pretendida !

Oscilação !

Lembro agora certos tempos mais antigos,
de uma vida tão profunda e alterada,
revivendo uns momentos tão sofridos,
de um tempo em que a vida era salgada !

Estou sentado neste banco já comum,
a falar do meu tempo de existência;
nesse tempo não me lembro de nenhum,
em que eu não tivesse paciência !

São momentos em que escrevo intensamente,
expulsando o que atormenta cá por dentro,
com vontade solto um grito fortemente,
exaltando todo o meu sentimento !

Paro então para pensar em tudo isto,
nesta vida que caminha oscilatória,
dou um estalo para saber se existo,
para o poema ser então a minha história !

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Renovação !

Chega uma gota lado a lado com o frio,
pinga grossa pra manchar todo este chão,
fica agora este meu mundo tão vazio,
finalmente, já se sente nova estação !

Céu cinzento com o sol já esquecido,
chega o vento para nos tocar o rosto,
este tempo que não sei se é decidido,
dá saudades do profundo mês de Agosto !

Neste espaço onde a natureza é triste,
onde o ano se encerra em mudança,
na verdade tudo aquilo que existe,
são momentos de sonhos de criança !

Renovada a minha alma de poeta,
preparada para o frio exterior,
defini por isso, uma nova meta,
compensar tudo isto com amor !

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Vela !

Abro o céu pelo bordado das estrelas,
vejo a alma de uma vida incessante,
ilumino o meu planeta á luz de velas,
no quarto, ligo um globo, estou distante!

Rasgo a calma exterior ao meu pulmão,
respirando de uma forma alterada,
descobri uma nova constelação,
quatro versos numa rima cruzada !

Libertando cá de dentro uma fome,
de condensar todo o mundo num poema,
e mesmo quando o tempo traz ciclone,
bebo frases, rimo imenso, mato a pena !

Chega então aquela hora de partir,
apagar aquele pavio ainda aceso,
um planeta que em velas me faz sorrir,
um poema que da maldade me tira, ileso !

Imprevisto !

É um Outono tão incerto á minha volta,
folhas caiem mas o sol brilha intensamente,
ou está calor ou sinto gelo de noite á solta,
neste mês e neste tempo tão diferente !

Seremos nós causadores de tudo isto?
Será Deus ou alguém que está lá em cima...
Neste tempo tão invulgar como imprevisto,
todos tememos pela mudança deste clima !

É um Verão que se prolonga fora de tempo,
com uma moda ainda á espera de ser usada,
são pensamentos que relato neste momento,
de uma estação que se prolonga, inacabada !

Não tem sentido a importância deste tema,
já que o mundo o ignora tão alegremente,
talvez no futuro este mundo sinta pena,
ao sofrer com esta verdade inconveniente !

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Sentidos !

Parte o tempo e fica a história já concreta,
nasce o sol para esquecer a noite escura,
alvorada de uma página nova aberta,
com tinta azul , salpicada de ternura !

Dois ponteiros que em circulos se condenam,
á tontura de dar voltas sem sentido,
são segundos limitados os que ordenam :
" Siga o tempo , com coragem, destemido" !

Uma linha fica escrita a caneta,
bem guardada em algum cofre cerebral,
uma escrita tão dificil, tão secreta,
perceptível somente, ao nível sensorial !

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Renasci !

Hoje eu senti que acordei,
que o sol afinal tinha vida,
abri os meus olhos, pensei,
tão bom respirar esta brisa !

Eu vivi entre estações do ano,
num tempo de cores em mudança,
a sentir que este sol era engano,
que as pingas de chuva eram dança !


Então fiz o meu trilho em pegadas,
fui deixando o vento guiar-me,
resolvendo palavras cruzadas,
em grãos de areia encontrar-me !

Sou livre no meu pensamento,
sou eu como quero e sonhei,
não quero somente um momento,
milhoes, mais uns tantos , nem sei!

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Regresso !

Tenho saudade do tempo de nada,
perplexidade por tanta acalmia,
reflectindo nesta vida tão parada,
inovada por tanta monotonia !

Existindo uma espécie de desejo,
numa força fracassada pelo tempo;
recordando o sabor de antigo beijo,
confirmando que foi melhor momento !

Firmemente assumo outro caminho,
no incerto, no além mas que é real,
não temendo esta ida tão sozinho;
estou alegre, motivado, por sinal !

Continua uma vida tão aberta,
limitada ao desejo de querer ser,
uma história tão falada, tão secreta,
um rascunho para um dia se rever !

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Peregrino !

Que "Ponte" de Lima tão deserta,
no inicio deste dia tão esperado,
neste céu vejo a janela aberta,
um caminho tão longo, programado !

Sou livre neste trilho tão distante,
sou servo de um corpo que enfraquece,
sou eu num desejo apaixonante,
de alcançar o que anseio numa prece !

Percorro passo a passo mais um dia,
aguentando no limite da fraqueza,
encontrando nesta paz a alegria,
que não tenho na cidade com certeza !

Era sonho de criança e aqui estou,
com mochila e vara para cumprir,
uma ambição de ser o que não sou,
e de encontrar uma força para seguir !

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Camiño !

Santiago caminho tão puro,
suspiro ao raiar da manhã,
começo ainda no escuro,
refresco a mente, tão sã !

Etapas tão duras no corpo,
montanhas que não têm fim,
mas nunca me senti morto,
sentindo Compostela em mim !

Peregrino levado da "breca",
transpus o meu próprio limite,
e mesmo quando senti seca,
senti que a fé ainda existe !

Aldeias tão belas que eu vi,
cidades desta rota conquistei,
peregrinos tão crentes conheci;
Ai etapa, que termino, como sei !

P.s. Camiño Português de Santiago (1-9-2007 a 7-9-2007)

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Trapézio !

Perdido no trilho de terra,
batida e em pó sufocante,
contemplo a magia da serra;
um vale que se encontra distante!

Que brisa de aroma silvestre,
jardim de calhaus em granito,
que imagem do mundo terrestre,
vazio por ser tão bonito !

Nascente de rio e de sede,
ribeira de tais sedimentos,
do pico, trapézio sem rede,
à noite, voam sentimentos !

Devoro a tua postura.
erguida rasgando o céu,
contigo atingo a loucura,
em ti liberto o que é meu !

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Fado !

Nos cantos desta minha cidade,
sinto a história cantar mais profundo,
entre gente que recorda, com idade,
a entrada neste negro novo mundo !

Chora a alma deste fado de Viseu,
desta Sé, tão sozinha de ruelas,
Grão Vasco, que descansa no museu,
saudades que iluminam grandes telas !

Tão Formosa aquela rua lá do alto,
D. Duarte aprecia com certeza,
nem mesmo em tom de sobressalto,
este centro se dispersa da beleza !

És cidade do meu tempo de solidão,
este negro consome a minha história,
és desejo, és porto e coração,
eterna capital da minha glória !

Paciência !

Quando entro neste tempo mais confuso,
actualizo sentimentos dispersados,
procuro descobrir qual o recurso,
para o tempo de objectivos alcançados !

Não sei por que túnel me prolongue,
nem tão pouco quanto tempo ainda resta,
mesmo quando o corpo não responde,
não desisto sem saber se algo presta !

Encontro mais um ponto duvidoso,
desta vida não vivida, existência,
ou tem nexo o que escrevo, fabuloso,
ou sou louco alegremente, paciência !

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Guardar !

Guardo então, este tempo de vida,
num poema numa folha em branco,
resumindo uma língua tão esquecida,
neste fado, tão negro, sem encanto !

Defendo a cultura do meu país,
guardo imagens de tanta história,
alimento a minha escrita que feliz,
se contempla numa rima, ilusória !

E descubro o além da minha alma,
navegando nesse mar de sensações,
e quando o meu corpo pede calma,
escrevo tudo dando uso às reflexões !

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Norte !

Aceita o rumo, vai enfrentando,
a vida tensa que tens em ti,
tu não desistas, imaginando,
o objectivo que te trás aqui !

A vida perde, as coordenadas,
do sentimento que te faz viver,
tu já não tens, horas marcadas,
corre em busca do que dá prazer !

O tempo conta, na tua mão,
os dedos de alma para escrever,
e acredita, no teu refrão,
pra inventar lema pra crescer !

Segue o teu norte, sem ser polar,
vai descobrindo todo esse céu,
e mesmo quando, o sol raiar,
jamais desistas do que é teu !

Esperar !

Provável o gesto mais frio,
caricia de paz e desprezo,
sinto que é tal o desafio,
mas sinto tão pouco, o medo !

Defino a linha mais fina,
o espaço mais curto e directo,
descubro que existe um clima;
que do frio e quente está perto !

Aceito a passada mais tremida,
calçada de uma noite molhada,
percurso de sombra perseguida,
por um fóco, linha recta, alcançada!

E chego ao fim desta etapa,
triste sem saber onde cheguei,
ouço esta vida, que de farta,
me oferece o que sempre desejei!

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Lados !

Na parte oposta ao que sou,
há um ser sem nada pra dar,
nem sei para onde eu vou,
mas sinto que posso ajudar !

No oposto visualizo os passos;
vida que aos poucos conquisto,
então vejo-me atado a laços,
que antes não tinha previsto !

O tempo em que o espelho interior,
me ensina a crescer sem travagens,
o espaço em que sendo escritor,
aprendo deixando mensagens !

Obrigado ao lado contrário,
porque sou aquele que quis ser,
Avanço no meu calendário,
com vontade de tudo viver !

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Demência !

Que loucura de palavras,
obstinadas ou trocadas?
Que demência de professia,
ou loucura ou magia...
Que síntese tão remota,
é vitória ou derrota?
Ó loucura, ó demência,
ó síntese sem consequência !

Marca

Eu já procurei,
a minha pegada,
deixada no tempo;
eu não encontrei,
nenhuma marcada,
só senti o vento !

Outrora o que fiz já passou,
e a marca que eu queria, voou;
não posso ficar para chorar,
eu vou caminhar !

A marca do tempo,
não conta segundos,
nem espaços em branco;
por isso lamento,
não ver outros mundos,
e dar-lhes um " canto " !

A vida só tem um caminho,
e eu opto por vê-lo sozinho,
não posso ignorar esta paz,
e eu não volto atrás !

Porque amar-te assim,
não é um poema,
nem nada da alma;
amar-te por fim,
é seres um tema,
que é leve e acalma !

É um sentimento secreto,
e só nos teus olhos disperto,
não me peças para contar;
eu não vou falar !

Velejar

Num barco á vela eu relanço,
o sal de uma vida tão perdida,
velejo por ondas sem descanso;
sou anjo desta vida tão esquecida !

Que mar tão pintado de dor,
deserto de toda a emoção,
oceano sem qualquer tipo de cor,
mantém a preto e branco o coração !

Em que lume ou estrela me confesso...
em que céu ou mar eu me procuro...
em que mundo eu descubro o inverso,
de uma vida iluminada pelo escuro !?


É no brilho de um dia mais seguro,
que acredito na certeza de amanhã,
que se abre a janela para o futuro,
com o sol a raiar pela manha !

sábado, 28 de julho de 2007

Himalais !

Himalaias do espaço do mundo,
esquecido, vazio e de morte,
montanhas de orgulho profundo,
de um cume pra homens de sorte !

Em clima adverso, prosegue,
o sonho de um dia mais limpo,
o espirito de quem sobe consegue,
decifrar os trilhos, labirinto !

É incerta a vida futura,
existência ou não de amanhã,
esta dúvida eterna perdura,
numa mente tão limpa, tão sã !

Everest de todos os picos,
o regresso á vida terrena,
os corações de todos, aflitos,
reagem com orgulho ou pena !

Só os deuses decidem a sorte,
a fé, a força e o alcançar,
ou voltamos com vida ou na morte,
nesse eterno iremos repousar !

Relógio

No tempo do tempo contado,
as contas do tempo vagueiam,
viagem ao tempo passado,
ponteiros do tempo, esperneiam!

Entre tempo de eras, minutos,
aprendemos um livro de histórias,
esperemos que o tempo dê frutos,
de sabor e algumas memórias !

Sessenta é o numero do tempo,
ridículo sem nexo ou razão;
será que num dado momento,
a contagem nos dá conclusão ?

Ponteiros que rodam na forca,
das pilhas , da corda ou parados,
contemplam a vida tão pouca,
de seres sem tempo, contados !

Margem !

Num rio de margens desertas,
a água sem sal silencia,
paragens de terras abertas,
aos barcos de paz e harmonia !!

Na margem sem cais, esquecida,
atracamos sem mais que ambição,
somente curar esta ferida,
da margem sem outro padrão !

Cultivo de areia e pegadas,
e conchas sozinhas sem nada,
são provas do tempo guardadas,
da barca outrora atracada !

Acredito na margem mais calma,
como no rio vazio e parado,
e nas ondas replectas de alma,
há um frio, sem foz, prolongado !

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Repetição !

Em numeros complexos eu percebo,
que a loucura também é calculada,
e nos gráficos extremos de medo,
o limite só tende para nada!

E calculo a provável nota zero,
de um tempo sem estudo e sem colheita,
entro então num ciclo de desespero,
sentindo que esta vida é imperfeita !

De um baralho aposto toda a vida,
num periodo onde a sorte ainda dorme,
e a cabeça que em numeros está perdida,
em funções, logaritmos, se consome !

Acabou mais um ciclo negativo,
repetência para o ano em maré baixa,
ansiando algum lado positivo,
tudo isto no meu estado se encaixa!

Animais !

Que animais dessa selva tão escondida,
sinto medo ao uivar de madrugada,
esse bando, alcateia está perdida,
ao caçar e viver pela calada !

Grande monstro, não vive porque ama,
e só vive esta vida por viver,
o destino quanto a isso não se engana,
a caçada que madruga vai vencer !

Sem motivo e com toda a inocência,
de um ser em parte irracional,
não consigo manter a paciência,
numa caça que em tudo é desigual !

E amanhece o sol sobre a carcaça.
sobre o corpo ou "cadáver" animal,
inicia mais um dia que não passa,
sem o medo de uma noite mais brutal !

Algures !

Não amo como um rio ama a margem,
e corro em função desse destino,
sinto a foz desaguar numa miragem,
ao amar nessa estrada, sem caminho!

Porque o vento me levou ao teu encanto,
e o rio em sedimentos, compactou,
a barragem não queria e entretanto,
o decurso deste rio, separou!

No cais a sineta toca em busca,
da partida ou chegada de emoções,
então eu embarco muito á custa,
Do fiásco de todas as paixões!

E eu amo saber que estás viva,
que existes no rio, no mar ou no céu,
não te encontras no ponto de partida,
nem tão pouco num espaço só meu!

P.s. Este poema merece dedicatória;
é dedicado a uma pessoa, importante,
amiga, e fundamental para a cadência
de poemas que tenho escrito.
Volta rápido do paraíso africano!
Farás falta por estas bandas*

Desespero !

Caminhando por pedras em escarpa,
não aguento o desnível humilhante,
sobrevivo numa vida que de farta,
me sustenta quando nada é motivante!

Explodem bombas, ofensas e saudade,
isto motivo, de tal afirmação,
porque em mim nada é novidade,
e isso seria, eu ter motivação !

E desisto de tudo, e do resto,
com um ódio que me vai enloquecer,
quando sinto e afirmo que não presto,
ainda assim com vontade de viver!

Sozinho na penúria ou na conquista,
ou na escalada da rocha da loucura,
eu na escrita eloboro qualquer pista;
uma prova de que a vida ainda dura!

E amanheço com vontade de partir,
sem olhar e dar esclarecimentos,
partindo com esta fúria e a sorrir,
com sede de viver melhores momentos !

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Estrela !

Que estrela vazia de um tecto,
de atmosfera, alcance e de sonho,
Baú de mil mistérios , secreto;
numa estante, universo, o reponho !

Energia dissipada, brilhante,
utilidade na potente beleza,
alcançar este ponto distante,
num sonho de noite, é certeza !

São milhões que iluminam o escuro,
a sua luz perpétua no tempo,
todas elas não têm futuro,
enfraquecem sem brilho, por dentro !

Entre mitos e certezas olhamos,
para longe e sonhamos bem alto,
nesse ponto brilhante ficamos,
momentos que a tomamos de assalto !

terça-feira, 10 de julho de 2007

Previsão !

De dentro extraio insegurança,
e a mente refuta-me as teses;
por fora revelo a esperança,
de ser o que canto nas preces !

Em espaços em branco rasgados,
o tempo em sismo, enfurece,
e os versos então, apagados,
Fugiram de quem os merece !

Passagem na brecha de história,
fechada ao futuro traçado,
presente, já deixa a memória,
no espaço de tempo, guardado !

Sendo assim dúvido de tudo,
do tempo, da história e se existo,
E torno-me um ser que de mudo,
só escreve o que estava previsto !

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Lua !

Que Gulliver em passos na lua,
com reflexos no seu lado oculto,
esta história, sem fim, perpétua,
o que um ser sem ser tem de adulto!

Em mares, continentes, sem água,
tenho todo o espaço ao dispor,
pra sofrer e viver esta mágoa,
desta lua, preta e branca, sem cor!

Sem luz, não vive e depende,
dessa luz que vem de algum lado;
Por isso então se compreende,
que um lado esteja sempre, apagado!

Vingança de tanto meteoro,
só mostras o teu lado branco,
Com o lado mais negro eu choro,
lamentando esta falta de encanto!

terça-feira, 26 de junho de 2007

Desígnio !

Eu já tentei ser,
aquilo que fui,
como era antes,
já tentei fazer,
o mesmo que fiz,
em muitos instantes!

Mas a vida assim decidiu,
e o tempo que corre, fugiu,
o que passou, já passou,
e quem será que eu sou?...

Andei por aí,
num canto incerto,
num barco sem leme,
e hoje aqui,
no espaço deserto,
que o coração teme!

Mas a vida assim se mostrou,
e a luz do passado, apagou,
que rasto tenho eu de seguir?
Eu estou a ir...!

Não posso encontrar,
o que é passado,
atrás do presente,
não posso vingar,
o que foi falhado,
por muito que tente!

Mas tenho de continuar,
e a vida não pode acabar;
Onde está a força interior?
Na paz e no amor...!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

A noite !

A noite sem estrelas e escura,
a noite gelada e incerta,
a noite eterna e que dura,
pra lá da altura que é certa!

A noite do tempo do medo,
a noite do tempo do amor,
a noite do tempo do vento,
ausência do tempo: calor !

É a noite do espaço infínito,
a noite de um espaço só meu,
a noite de um espaço tão rico,
de paz, nada mais e céu!

A noite que acaba no dia,
em que o dia começe a raiar,
a noite que não conseguia,
nem as estrelas decifrar!

Incerto !

Certeza de um nada que sinto,
um nada , secreto e só meu,
obsctáculo eterno, que finto,
um fóco que emerge do breu!

Incerto o passo em frente,
ou a queda na desilusão,
é o coração que pressente,
que a vida já não tem refrão!

E agora mergulho, bem fundo,
no túnel de toda a pergunta,
e lá, nesse outro mundo,
a dúvida, virou defunta!

Duvidoso, incoerente, falhanço,
e a vida eu já percebi,
é ao som da verdade que danço,
certeza do que eu nunca vi!

Serra !

Ó serra, que és verde e de ar puro,
ó folhas de um monte sem fim,
ó espaço medonho no escuro,
és fértil num tema pra mim!

E subo por trilhos incertos,
comtemplo o vazio bem caro,
não ouso os já descobertos,
paraíso de sorte, bem raro!

E a sorte montanha, é tua,
desígnio da tua altitude,
e mesmo que fiques nua,
a pureza é a tua virtude!

E subo e desço, incessante,
cansaço nem sinto por perto,
e olho pra ti, penetrante,
sentindo olhar pró deserto!

E acabo esta noite a escrever,
sobre a tua paz verdejante,
e o poema acabo a dizer,
ver-te hoje foi apaixonante!

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Duvida !


É certa ou errada,
aquela atitude,
tomada por dentro?
será que é paga,
aquela quietude
anti-sofrimento?


O certo e o justo não sei,
será a razão ou a lei?
onde está a lealdade?...
será na verdade?...


Criado no seio,
de uma humildade,
patente no rosto,
acordo no meio,
de uma falsidade,
que ensina o oposto!


Será pesadelo o que vejo?
ou será somente um desejo?
é justo sofrer por verdade?
ou é desigualdade...!


Lamento o tempo,
das coisas compradas,
a quem denuncia;
apoio o tempo,
das leis ensinadas,
na escola da vida!


Serei eu um ser inocente?
ao acreditar em quem mente...
Ou sou algo em extinção?
eu uso a reflexão!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Viagem !

Ingrato o caminho, de pedras,
a vida no seu lado escuro,
os vales, mentiras e serras,
e a cara que cai contra um muro!

Partida de um porto, horizonte,
saudade na praia se expande,
um barco se vira, para onde...
a verdade seja parte integrante!

Abstrato, intenso o que existe,
a ilusão está fora de nivel,
e o sonho que não fica triste,
viverá uma história imperdível!

É assim a essencia que vivo,
e não tenho grande solução,
ou acredito nisso, ou perdido,
me deparo perante a razao!

Espaço !

Severo o espaço de espaços,
de difícil conjugação,
sinceros os versos, fracassos
os momentos de mais reflexão!

Um vício, recurso, existência,
desabafo ao mundo exterior,
com raiva e alguma demência,
o limite é o espaço a transpor!

Fronteira, passado, presente,
desperto no meio de agora,
limite do inconsciente,
que me acorda e diz, é a hora!