sábado, 31 de março de 2012

Bilhete low-cost.

Sou uma espécie de bilhete low-cost,
Para um destino que o teu olhar goste,
Mas não precisa ser lugar,
Basta só ser no sonhar,
O bilhete tem o poder de desvendar.

Sou uma espécie de algo ao teu alcance,
Sou a surpresa e espero que não te canse,
Tu nem precisas dizer sim,
Nem tão pouco dizer não,
No bilhete diz: aproveita o que as horas te dão.

Não duro sempre mas o tempo que dure,
Haja em ti uma vontade que me ature,
Porque no fundo do coração,
Eu tenho uma boa intenção,
Ser o teu porto seguro,
No secreto futuro que as horas me trarão.

Sou uma espécie de destino banal,
A explorar para ver que é especial,
Posso não ser de cinco estrelas,
Mas posso levar-te a vê-las,
O bilhete dizia: incluí destino fenomenal.

Não duro sempre mas o tempo que dure,
Haja em ti uma vontade que me ature,
Porque no fundo do coração,
Eu tenho uma boa intenção,
Ser o teu porto seguro,
No secreto futuro que as horas me trarão.

sexta-feira, 30 de março de 2012

O céu.

Já pensei em dar-te o céu mas não sei se a noite ou dia,
Talvez prefiras a lua acendida com um olhar que te sorria,
Mas se eu estiver enganado e o sol for sonho ou eleição,
Dou-te o anoitecer que tem os dois lados e tu escolhes a estação.

Pensei se fosse a noite a escolhida dar uma estrela na tua mão,
Mas se achares pouco faço um empréstimo para uma constelação,
Porque o céu sai muito caro e para ir lá tem de ser de vaivém,
Mas compensa todos os gastos porque te amo no tamanho que ele tem.

Mas para te dar o céu preciso assaltar um banco,
Para chegar às estrelas e as estrelas já são tanto.
Para te dar o céu se calhar só a sonhar,
Mas ainda assim prometo, meu amor eu vou tentar.

Se tu quiseres o dia pensei no azul de um dia de Verão,
Apesar de eu estar certo que não gostas do azul do Dragão,
Posso dar simplesmente o sol que mesmo longe não deixa de existir,
No fundo é algo muito importante e como eu porque o podes sentir.

Mas para te dar o céu preciso assaltar um banco,
Para chegar às estrelas e as estrelas já são tanto.
Para te dar o céu se calhar só a sonhar,
Mas ainda assim prometo, meu amor eu vou tentar.

terça-feira, 27 de março de 2012

Se queres ou quiseres.

Se queres um bom momento de alguma descontração,
Eu levo-te a voar e a planar nas nuvens de algodão,
Daquele que se parece com o das Feiras de Verão,
Estação que nos remete para uma recordação.

Se quiseres lá de cima vemos juntos todos os limites,
Os nossos, os da terra, os alegres e os mais tristes,
Peço que cá em baixo sempre que quiseres tu fiques,
Mesmo já conhecendo todos os meus tiques.

O tique de eu ser mais do que eu quando tanto eu nem pensava ser,
De me transcender aos poucos e aos poucos me deixar crescer,
O sonhar sempre em excesso segundo tu, porque eu acho pouco,
E se loucura é sonhar contigo, então assumo que sou um louco.

Se quiseres um bom passeio pelos lados da Beira-Alta,
Eu trago o abraço da Barra sempre que houver Maré-Alta,
Daqueles tipo peça de puzzle no espacinho que falta,
Daqueles que apertam o coração quando chegas e ele salta.

Mas peço que ao meu lado sempre que quiseres tu fiques,
Mesmo já conhecendo todos os meus tiques.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Ramo de Flores

Quero oferecer-te um ramo de flores
Sem espinhos nos caminhos,
Com folhas retrato de aromas de amores
E com pétalas de carinho.

É difícil escolher um ramo de flores
Quando tu já és um jardim,
Repleto de ti através de mil cores
No arco-íris que és para mim.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia Mundial da Poesia.

Sei que só por simbolismo mas hoje é o teu dia,
Vais vivendo bem erguida entre tanta exclusão,
Não desistes nem sabendo que hoje é uma minoria,
Que aprecia a magia do que os poemas são.

Talvez seja a linguagem que usamos na tua voz,
Ou somente o esconder para alguém ir decifrar,
O certo é repousares na gaveta e tão a sós,
Na esperança que alguém se decida a te cantar.

Organizo a minha mente utilizando o teu poder,
Desdobro o meu mundo em sons que batem certo,
Tens sido testemunha da minha forma de viver,
Dizendo aos meus sonhos que os quero ter mais perto.

Porque me trazes tanto sem no fundo levar nada,
Decidi, porque mereces, escrever-te com alegria,
Talvez tu sejas parte da conquista de uma amada,
Porque tu és tanto ou mais do que só ser Poesia.

terça-feira, 20 de março de 2012

Sapatos da vida.

Desata os cordões dos sapatos da vida e sente o chão debaixo de ti,
Tento dar-te razões para ficares rendida sempre que estiver aqui.
Respira as letras que se confundem com sonhos que trago na algibeira,
Eu cá me embriago nas memórias de Outonos com recados de uma areia.

Incendeia o vazio com o lume de Inverno que se quer manter no Verão,
Eu apago os tumultos e trago um mar de sossego ao escrever esta canção.
Faz-te ao mar sem saber quão ao fundo descer para deixar as passar ondas,
Mas para eu perceber se faço sempre valer por favor nunca te escondas.

Não habito nas horas do nosso passado nem faço disso um futuro,
Valorizo apenas tudo o que temos criado e sermos um porto seguro.
Aperta os cordões dos sapatos da vida e sente que eu te dou a mão,
Entre as várias razões que de forma sentida envio ao teu coração.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Amor abstrato.

Se a vida te trouxer uma pitada de amargura,
Abro todas as gavetas para que te sintas mais segura,
Entre o vai e vem de horas mandadas por ponteiros,
Que nos chamam de atrasados sem dar norte aos veleiros.
Esta vida em solidão é um leme sem vontade própria,
É um ser sem coração, sem compreensão e sem ter pátria.
Se a vida te trouxer uma pitada do que eu sou,
Embarca na minha jangada e vem comigo onde eu vou.

Se a vida te trouxer um almanaque de memórias,
Guarda-o num lugar presente e não nas coisas acessórias,
Deixa que ele vá prego a fundo na auto-estrada do olhar,
Com destino ao coração para que ele o possa processar.
Só processando o sentimento sabemos se ele é verdadeiro,
Se processares este momento tens a resposta por inteiro,
Porque declaradamente o meu olhar traz confissão,
Se a vida te trouxe amor guarda sempre o meu coração.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Sentido literal.

No silêncio das entrelinhas há sempre algo a dizer,
Até um relógio parado pode estar certo sem saber,
Vejo passar o tempo, neste sopro e num desejo,
Saber as figuras de estilo que definem o teu beijo.

Do complexo sai o nexo e o estares ao pé de mim,
De ti sai a cor do mundo sendo tu flor do jardim,
Vejo mudar a estação, neste riso e numa vontade,
Saber se és o eterno Verão e de mim a outra metade.

Anti rotina sai a surpresa que eu invento a cada dia,
Só recorro à tua existência e não a truque de magia,
Vejo fervilhar a mente, neste sonho e num batimento,
Saber se acolhes a pseudo loucura de amar com sentimento.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Em busca de ti.

Chegaste do nada sem nenhuma intenção,
Pintaste uma estrada rumo ao meu coração,
Deixei-me levar pelo valor dos teus instintos,
Perdi-me no teu ar, universo e labirintos.

Não precisei falar, bastou-me acreditar no sonho,
Tu deixaste-me entrar, no teu recanto mais risonho,
Se o mundo tem sentido, o mundo então é esta história,
E agora quando estou perdido vou dentro da memória

Buscar-te no olhar,
No sorriso e na verdade,
Que me faz sonhar,
Na nossa cumplicidade.
Buscar-te do adeus,
Porque sei que vais voltar,
Em gestos só teus,
Que vou sempre procurar
Até te conquistar.

sábado, 10 de março de 2012

Fazer valer, sempre.

Porque recordar não é igual a viver e porque eu continuo a sonhar,
Vamos voar para ver o sol a nascer e fazer valer até ele se deitar,
Tenho lembrado aquelas horas tão nossas de conversas sem fim,
Que me fazem sorrir e em certeza entender tudo o que és para mim.

Deixa-me levar-te talvez a um novo trilho, partilhando o mesmo chão,
O de pegadas marcadas e ruas iluminadas como foi no outro Verão,
Eu tenho tantas ideias de mil novos lugares para conhecer e partilhar,
Onde damos sentido á tua forma de amares o meu jeito de te abraçar.

Não vai desvanecer esta minha ambição de viver a essência do amor,
Entre as mil aguarelas do mudar de estação com toques de nova cor,
Eu quero para nós essa cumplicidade de jangadas do mesmo oceano,
Remando juntos em frente trocando olhares onde eu digo que te amo.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Contas contigo.

Nas contas matematicamente complexas de uma construção a dois,
Temos somado bons momentos entre sóis e ventos a recordar depois,
Só dividimos o que é bom partilhar, vamos sonhando com um milagre,
Para que as horas nunca passem e a hora de ir embora seja mais tarde.

Talvez o resultado de um expoente perfeito numa viagem pelo mundo,
É multiplicar lugares, o teu olhar e os ares, chegar ao teu lugar mais fundo,
Parece uma fracção de tempo eterna, infinita de um sopro a uma confissão,
Porque o mundo já não gira, só sorri e suspira quando estou no teu coração.

Na minha calculadora de sonhos e afectos já nem funciona a raiz quadrada,
É impossível sermos partes porque somos um todo que segue de mão dada,
Se fizermos as contas na Página em branco, e formos ver o nosso resultado,
Vemos que o resto é o futuro e em cada porto seguro nós estamos lado a lado.

domingo, 4 de março de 2012

Fado amado.

Nas ruas da minha cidade vagueio contigo,
As luzes das casas antigas fazem-me sonhar,
Quero ser a tua história e teu ombro amigo,
E que outros um dia possamos vir a inspirar.

Nos passos pelas calçadas respiro o desejo,
Na lua procuro o silêncio para te dizer,
Que te trago no peito no sonho de um beijo,
Que no lugar da saudade quero contigo viver.

É o fado do amor que eu trago,
São as luzes dos teus olhos a brilhar,
Na cidade eu vagueio apaixonado
Até talvez num parque te encontrar,
É o fado do amor que eu digo,
Que fala sempre que te posso olhar,
Sussurrar suavemente ao teu ouvido,
Que és a estrela mais bonita do luar.


No alto da Sé voa o sonho de um dia chegar,
O dia em que esta cidade se lembre de nós,
Pelos passeios antigos de amor pelo luar,
Por hoje dizer que te amo no som da minha voz.

Fado à Donzela.

Debaixo de um céu estrelado,
Vagueio perdido na rua,
Sonhando chegar a teu lado,
Olhando-te à luz da lua.

Percorro toda esta viela,
Em busca do teu coração,
Para chegar à tua janela,
E te dar só esta canção.

Donzela,
Fazes o mundo parar,
Fazes-me amar o luar,
Onde te posso cantar
À janela.
Donzela,
Deixas-me a levitar,
Deixas o sonho ficar,
Até que possa beijar,
Tu, a mais bela.

Ao som desta minha guitarra,
A minha voz é sentimento,
Reflexo de uma emoção rara,
Cantada para ti ao relento.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Margens.

Na margem do rio a gaivota vai voando,
Respiro a brisa que já chega do mar,
Perco-me em sonhos que voam planando,
Mergulho nas águas para te encontrar.

Deixo levar-me no sabor e cor do vento,
Alguma maré irá ter um rumo certo,
Flutuo com o ar deste meu sentimento,
E quando dou conta já estamos tão perto

De embarcar na jangada
De sonhos imensos,
Ir por essa estrada
Rumo ao horizonte.
Liberto as amarras
Dos meus pensamentos
E encontro a magia
Que em ti se esconde.

Soltamos as velas já os dois comandantes,
Olhando o futuro para lá do sol-posto,
Unimos as margens ainda hoje como dantes,
Porque em nós há dias que são dias de Agosto.

Não esqueço.

Se algum dia pensares em mudar,
Por favor tenta não esquecer,
Que tu és uma estrela polar,
Iluminada nesse teu jeito de ser,
Conquistaste-me pelo teu interior,
Conquistei-te pelo que eu valorizo,
Se um dia eu te dei o meu amor,
É porque tens tudo o que preciso.

Mesmo que não consigas recordar,
Certas datas, dias ou momentos,
Estou certo que sempre vais lembrar,
Os lugares, emoções e sentimentos,
Acredito em cada tua palavra,
Desde o dia de mágicas cartolinas,
É algo emocional que não se apaga,
Como as minhas confissões em rimas.

Nunca mudes a tua forma de ser,
Tu tens muito mais que a maioria,
Nessa tua simples forma de viver,
Nos sorrisos que inventas na alegria,
Não esqueço a conversa sobre olhares,
Não esqueço sentir que eras diferente,
E agora que estou certo de me amares,
Não esqueço de te amar intensamente.