sexta-feira, 29 de junho de 2007

Lua !

Que Gulliver em passos na lua,
com reflexos no seu lado oculto,
esta história, sem fim, perpétua,
o que um ser sem ser tem de adulto!

Em mares, continentes, sem água,
tenho todo o espaço ao dispor,
pra sofrer e viver esta mágoa,
desta lua, preta e branca, sem cor!

Sem luz, não vive e depende,
dessa luz que vem de algum lado;
Por isso então se compreende,
que um lado esteja sempre, apagado!

Vingança de tanto meteoro,
só mostras o teu lado branco,
Com o lado mais negro eu choro,
lamentando esta falta de encanto!

terça-feira, 26 de junho de 2007

Desígnio !

Eu já tentei ser,
aquilo que fui,
como era antes,
já tentei fazer,
o mesmo que fiz,
em muitos instantes!

Mas a vida assim decidiu,
e o tempo que corre, fugiu,
o que passou, já passou,
e quem será que eu sou?...

Andei por aí,
num canto incerto,
num barco sem leme,
e hoje aqui,
no espaço deserto,
que o coração teme!

Mas a vida assim se mostrou,
e a luz do passado, apagou,
que rasto tenho eu de seguir?
Eu estou a ir...!

Não posso encontrar,
o que é passado,
atrás do presente,
não posso vingar,
o que foi falhado,
por muito que tente!

Mas tenho de continuar,
e a vida não pode acabar;
Onde está a força interior?
Na paz e no amor...!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

A noite !

A noite sem estrelas e escura,
a noite gelada e incerta,
a noite eterna e que dura,
pra lá da altura que é certa!

A noite do tempo do medo,
a noite do tempo do amor,
a noite do tempo do vento,
ausência do tempo: calor !

É a noite do espaço infínito,
a noite de um espaço só meu,
a noite de um espaço tão rico,
de paz, nada mais e céu!

A noite que acaba no dia,
em que o dia começe a raiar,
a noite que não conseguia,
nem as estrelas decifrar!

Incerto !

Certeza de um nada que sinto,
um nada , secreto e só meu,
obsctáculo eterno, que finto,
um fóco que emerge do breu!

Incerto o passo em frente,
ou a queda na desilusão,
é o coração que pressente,
que a vida já não tem refrão!

E agora mergulho, bem fundo,
no túnel de toda a pergunta,
e lá, nesse outro mundo,
a dúvida, virou defunta!

Duvidoso, incoerente, falhanço,
e a vida eu já percebi,
é ao som da verdade que danço,
certeza do que eu nunca vi!

Serra !

Ó serra, que és verde e de ar puro,
ó folhas de um monte sem fim,
ó espaço medonho no escuro,
és fértil num tema pra mim!

E subo por trilhos incertos,
comtemplo o vazio bem caro,
não ouso os já descobertos,
paraíso de sorte, bem raro!

E a sorte montanha, é tua,
desígnio da tua altitude,
e mesmo que fiques nua,
a pureza é a tua virtude!

E subo e desço, incessante,
cansaço nem sinto por perto,
e olho pra ti, penetrante,
sentindo olhar pró deserto!

E acabo esta noite a escrever,
sobre a tua paz verdejante,
e o poema acabo a dizer,
ver-te hoje foi apaixonante!

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Duvida !


É certa ou errada,
aquela atitude,
tomada por dentro?
será que é paga,
aquela quietude
anti-sofrimento?


O certo e o justo não sei,
será a razão ou a lei?
onde está a lealdade?...
será na verdade?...


Criado no seio,
de uma humildade,
patente no rosto,
acordo no meio,
de uma falsidade,
que ensina o oposto!


Será pesadelo o que vejo?
ou será somente um desejo?
é justo sofrer por verdade?
ou é desigualdade...!


Lamento o tempo,
das coisas compradas,
a quem denuncia;
apoio o tempo,
das leis ensinadas,
na escola da vida!


Serei eu um ser inocente?
ao acreditar em quem mente...
Ou sou algo em extinção?
eu uso a reflexão!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Viagem !

Ingrato o caminho, de pedras,
a vida no seu lado escuro,
os vales, mentiras e serras,
e a cara que cai contra um muro!

Partida de um porto, horizonte,
saudade na praia se expande,
um barco se vira, para onde...
a verdade seja parte integrante!

Abstrato, intenso o que existe,
a ilusão está fora de nivel,
e o sonho que não fica triste,
viverá uma história imperdível!

É assim a essencia que vivo,
e não tenho grande solução,
ou acredito nisso, ou perdido,
me deparo perante a razao!

Espaço !

Severo o espaço de espaços,
de difícil conjugação,
sinceros os versos, fracassos
os momentos de mais reflexão!

Um vício, recurso, existência,
desabafo ao mundo exterior,
com raiva e alguma demência,
o limite é o espaço a transpor!

Fronteira, passado, presente,
desperto no meio de agora,
limite do inconsciente,
que me acorda e diz, é a hora!