sábado, 28 de julho de 2007

Himalais !

Himalaias do espaço do mundo,
esquecido, vazio e de morte,
montanhas de orgulho profundo,
de um cume pra homens de sorte !

Em clima adverso, prosegue,
o sonho de um dia mais limpo,
o espirito de quem sobe consegue,
decifrar os trilhos, labirinto !

É incerta a vida futura,
existência ou não de amanhã,
esta dúvida eterna perdura,
numa mente tão limpa, tão sã !

Everest de todos os picos,
o regresso á vida terrena,
os corações de todos, aflitos,
reagem com orgulho ou pena !

Só os deuses decidem a sorte,
a fé, a força e o alcançar,
ou voltamos com vida ou na morte,
nesse eterno iremos repousar !

Relógio

No tempo do tempo contado,
as contas do tempo vagueiam,
viagem ao tempo passado,
ponteiros do tempo, esperneiam!

Entre tempo de eras, minutos,
aprendemos um livro de histórias,
esperemos que o tempo dê frutos,
de sabor e algumas memórias !

Sessenta é o numero do tempo,
ridículo sem nexo ou razão;
será que num dado momento,
a contagem nos dá conclusão ?

Ponteiros que rodam na forca,
das pilhas , da corda ou parados,
contemplam a vida tão pouca,
de seres sem tempo, contados !

Margem !

Num rio de margens desertas,
a água sem sal silencia,
paragens de terras abertas,
aos barcos de paz e harmonia !!

Na margem sem cais, esquecida,
atracamos sem mais que ambição,
somente curar esta ferida,
da margem sem outro padrão !

Cultivo de areia e pegadas,
e conchas sozinhas sem nada,
são provas do tempo guardadas,
da barca outrora atracada !

Acredito na margem mais calma,
como no rio vazio e parado,
e nas ondas replectas de alma,
há um frio, sem foz, prolongado !

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Repetição !

Em numeros complexos eu percebo,
que a loucura também é calculada,
e nos gráficos extremos de medo,
o limite só tende para nada!

E calculo a provável nota zero,
de um tempo sem estudo e sem colheita,
entro então num ciclo de desespero,
sentindo que esta vida é imperfeita !

De um baralho aposto toda a vida,
num periodo onde a sorte ainda dorme,
e a cabeça que em numeros está perdida,
em funções, logaritmos, se consome !

Acabou mais um ciclo negativo,
repetência para o ano em maré baixa,
ansiando algum lado positivo,
tudo isto no meu estado se encaixa!

Animais !

Que animais dessa selva tão escondida,
sinto medo ao uivar de madrugada,
esse bando, alcateia está perdida,
ao caçar e viver pela calada !

Grande monstro, não vive porque ama,
e só vive esta vida por viver,
o destino quanto a isso não se engana,
a caçada que madruga vai vencer !

Sem motivo e com toda a inocência,
de um ser em parte irracional,
não consigo manter a paciência,
numa caça que em tudo é desigual !

E amanhece o sol sobre a carcaça.
sobre o corpo ou "cadáver" animal,
inicia mais um dia que não passa,
sem o medo de uma noite mais brutal !

Algures !

Não amo como um rio ama a margem,
e corro em função desse destino,
sinto a foz desaguar numa miragem,
ao amar nessa estrada, sem caminho!

Porque o vento me levou ao teu encanto,
e o rio em sedimentos, compactou,
a barragem não queria e entretanto,
o decurso deste rio, separou!

No cais a sineta toca em busca,
da partida ou chegada de emoções,
então eu embarco muito á custa,
Do fiásco de todas as paixões!

E eu amo saber que estás viva,
que existes no rio, no mar ou no céu,
não te encontras no ponto de partida,
nem tão pouco num espaço só meu!

P.s. Este poema merece dedicatória;
é dedicado a uma pessoa, importante,
amiga, e fundamental para a cadência
de poemas que tenho escrito.
Volta rápido do paraíso africano!
Farás falta por estas bandas*

Desespero !

Caminhando por pedras em escarpa,
não aguento o desnível humilhante,
sobrevivo numa vida que de farta,
me sustenta quando nada é motivante!

Explodem bombas, ofensas e saudade,
isto motivo, de tal afirmação,
porque em mim nada é novidade,
e isso seria, eu ter motivação !

E desisto de tudo, e do resto,
com um ódio que me vai enloquecer,
quando sinto e afirmo que não presto,
ainda assim com vontade de viver!

Sozinho na penúria ou na conquista,
ou na escalada da rocha da loucura,
eu na escrita eloboro qualquer pista;
uma prova de que a vida ainda dura!

E amanheço com vontade de partir,
sem olhar e dar esclarecimentos,
partindo com esta fúria e a sorrir,
com sede de viver melhores momentos !

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Estrela !

Que estrela vazia de um tecto,
de atmosfera, alcance e de sonho,
Baú de mil mistérios , secreto;
numa estante, universo, o reponho !

Energia dissipada, brilhante,
utilidade na potente beleza,
alcançar este ponto distante,
num sonho de noite, é certeza !

São milhões que iluminam o escuro,
a sua luz perpétua no tempo,
todas elas não têm futuro,
enfraquecem sem brilho, por dentro !

Entre mitos e certezas olhamos,
para longe e sonhamos bem alto,
nesse ponto brilhante ficamos,
momentos que a tomamos de assalto !

terça-feira, 10 de julho de 2007

Previsão !

De dentro extraio insegurança,
e a mente refuta-me as teses;
por fora revelo a esperança,
de ser o que canto nas preces !

Em espaços em branco rasgados,
o tempo em sismo, enfurece,
e os versos então, apagados,
Fugiram de quem os merece !

Passagem na brecha de história,
fechada ao futuro traçado,
presente, já deixa a memória,
no espaço de tempo, guardado !

Sendo assim dúvido de tudo,
do tempo, da história e se existo,
E torno-me um ser que de mudo,
só escreve o que estava previsto !