quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Cão vádio !

Vão os cães pela rua fora,
a sondar esta selva fria,
vão julgando a toda a hora,
e mordendo quem contraria !

São os cães de raça mutada,
que abafam os passarinhos,
com arma de boca afiada,
controlam todos os caminhos !

Escondo o que escrevo ao frio,
para não sentir o que penso,
vejo ao longe um cão vádio,
segue-me por ter bom senso !

Sou de uma era que se inicia,
onde o cão volta a ser temido,
Abril terá que ter novo dia,
para que escreva sem castigo !

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Meu Fado - Versão Coimbrã

Nestes momentos em que a alma é breve, o peito aperta,
tocam-me os tempos de Coimbra no som da minha voz,
em cada passo nesta terra , uma ruela me desperta;
Existo eu, existe o fado e felizmente estamos sós.

Nas lembranças que já guardei nesta cidade,
choro as noites em branco, vela acesa no canto,
fica a saudade das capas e um rasto de ansiedade,
que a memoria me guarde todo tempo deste encanto!

Refão:

E eu tenho,
saudades da velha sé, saudades da serenata,
saudades mas canto o negro da minha capa,
saudades da poesia que com orgulho cantava,
com o rio ao fundo e a cabra iluminada !

No destino da alma outrora mais completa
o tempo trouxe a vontade de voltar e reviver
o que perdi na lua cheia desta rua sempre aberta,
e deixo acordes de guitarra a ecoar no amanhecer !