sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Se a noite for.

Se e a noite for escura demais sem um céu
E não vires o brilho que precisas para te guiar,
Agarra-te aos meus braços e a tudo o que é meu
Decifra um novo mundo deixando-te levar,
Se nessa escuridão não houver estrelas cintilantes
Vamos aprender a pintar novas constelações,
Nas horas em que atamos todos os nossos instantes
Atravessando margens ao som das nossas canções,
Se a noite for fria demais e precises de um abraço
Não penses duas vezes e vem na minha direcção,
Tens sempre a porta aberta de todo o meu espaço
E tens o dom particular de me aquecer o coração,
Se a noite durar por mais noites imprevistas
Eu espero aquela hora em que chegues sorridente,
Dizendo que o meu sonho provocou várias conquistas
Nos teus olhos, nos teus gestos e que ficas para sempre.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Essência.

Não importa que chuva caia dias seguidos
Porque sei que o sol um dia vai brilhar,
Entretanto vou vivendo os sonhos antigos
Que são os de hoje e que amanhã irei sonhar,
Mesmo quando as nuvens ocultam o céu
Nem por isso as estrelas deixam de existir,
Por isso espero entrar nesse mundo só teu
E nesta espera eu luto e ando a sorrir,
Sei que me molho em momentos desprotegidos
Mas que me aqueces ao redor da tua existência,
E nos momentos que a principio parecem perdidos
É quando busco por ti com mais persistência.
Acredito na surpresa das coisas do mundo
Porque até ele se forma a partir do caos,
E acredito que o que sinto é mais que profundo
Mesmo quando passamos por ventos maus,
Não desisto de andar e esperar as horas certas
Para chegar ao teu cais e ao teu abraço,
Porque mesmo de noite até em praias desertas
Somos a essência de uma estrela do espaço.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Preciso.

Talvez tenha montanhas a atravessar,
E mais vales de miragens em busca de ti,
Talvez seja preciso fazer-me ao mar,
Para saber se estás longe ou perto daqui.

Talvez olhe em redor a tentar descobrir,
O caminho mais curto para não te perder,
Talvez sonhe saber o que vem a seguir,
Se estarei ao teu lado no teu anoitecer.

Preciso de saber,
As pegadas do teu jeito,
Preciso de envolver,
Os teus braços no meu peito,
Preciso de encontrar,
Os meus dedos na tua mão,
Preciso de abraçar
E entrar, dentro do teu coração.

Talvez haja silêncios a ter de quebrar,
Em palavras e gestos que há para viver,
Talvez seja sempre hora de te conquistar,
Em cada momento,
Em cada sentimento,
Que eu te faça ter.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Eu sou.

Eu sou o reflexo do teu olhar,
Eu sou as mãos que te querem ver,
Eu sou um dos ares do teu respirar,
Eu sou essas tuas horas a perder.
Eu sou essas ondas do nosso mar,
Eu sou essa areia para te sentir,
Eu sou essa lua do teu luar,
Eu sou o gesto que está para vir.

Eu sou a montanha a renascer,
Eu sou esse rio a correr para ti,
Eu sou semente do teu florescer,
Eu sou o desejo de ficares aqui.
Eu sou o deserto sem solidão,
Eu sou o chão do teu caminhar,
Eu sou os dedos da nossa mão,
Eu sou o retrato do que é sonhar.

Eu sou as velas de algum lugar,
Eu sou o lume que as faz viver,
Eu sou o tempo de te abraçar,
Eu sou o sol para nos aquecer.
Eu sou aquele que já sem pensar,
Eu sou quem diz que te quero ter,
Eu sou quem sonha te conquistar,
Eu sou os momentos a reviver.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Passeios diferentes.

Sentado ao teu lado suspiro para a tela de cinema,
Desejo em segredo escrever contigo a nossa cena,
Mais que histórias de amanhã, viagens do depois,
Vou sonhar e acreditar na existência de nós dois !

Passeio contigo em padrões de luares pintados,
Fugimos e voltamos ao sabor de olhares trocados,
Labirintos de sensações, voltam parques de emoções,
Vou guardar estes silêncios que não têm explicações.

Quero ficar, quero partilhar,
Mais que gestos e palavras,
Quero guardar e relembrar
Estas horas tão raras.
Quero ouvir, quero sentir,
Os teus olhos juntos aos meus,
Quero seguir contigo
Sem nunca dizer adeus.

Abraço-te sem horas com os ponteiros em suspenso,
Agarro este momento e acabo por esquecer o tempo,
Mais do que horas que já vão, parecem eternidade,
Vou guardar no coração, a nossa cumplicidade.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Vou.

Eu não sei se a porta se vai abrir simplesmente
Só com os desejos e sonhos que trago em mim,
Mas os abstractos desígnios da vida sussurram
Para eu não parar de lutar deste jeito assim,
O amanha é incerto como a meteorologia do céu
Que manda chuva sem nada nos anunciar,
Deixando ao nosso critério entristecer com a chuva
Ou sorrir na esperança do sol chegar.
É por isso que andamos entre gotas e raios de luz
Sem perder ou esquecer o nosso norte,
Sabendo que a vida nem sempre é perfeita e seduz
Mas que traz sempre a nossa sorte.
Acredito na possibilidade das coisas difíceis
Que parecem impossíveis de se conquistar,
E acredito na existência de coisas incríveis,
Quando te posso abraçar e olhar.

Vou voar no teu espaço
como pásssaro viajante,
vou cair no teu abraço,
vou ficar mais que um instante.

Eu não sei se a conjectura de tudo vai trazer
A realidade dos sonhos que me fazes ganhar,
Mas sei que a arquitectura da palavra viver
Tem as paredes de te querer alcançar.
Talvez sejas o jardim eternamente florido
Onde colho as cores de uma só fragrância,
Talvez sejas um mapa com todo o sentido
Onde não há longe nem distância.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Razões.

Vamos construindo auto-estradas paralelas
Que se fundem quando menos esperamos,
Neste mundo de profundos desencontros
Que se anulam quando nós nos cruzamos.
Vamos subindo arranha-céus quando a cidade
Está lá mas parece não querer ouvir,
Trepamos andares no prédio dos sonhos,
Certos de que temos asas para não cair.
Por vezes ainda vemos o sinal amarelo,
E corremos para tentar passar no verde;
E no deserto há momentos em que lutamos
E andamos para matar a nossa sede.

Somos nós as razões,
Somos nós os refrões,
De tudo aquilo que escrevemos sem falar,
E é nos nossos serões,
Que chegam as conclusões
Do que na vida ainda há para conquistar.


Multiplicamos razões para dar razão à mente,
Em tudo aquilo que ela vai inventando,
Quando a estrada é feita do que se sente
E com quem nos vamos cruzando.
Nós dois colorimos os cadernos da vida
Quando tudo parecia a preto e branco,
E demos sentido a viagens no espaço
Em balões e sorrisos de espanto.
Somos super-heróis da transformação,
Da unicidade de cada segundo,
Somos sem dúvida em traços especiais,
Das emoções mais belas do mundo.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Estrela do norte.

Vamos viajar onde a surpresa levar os dois,
Há mais versos a escrever, universos a encontrar,
Há mais sóis para iluminar o que vamos ser depois,
Do descanso prometido junto à estrela polar.

Vamos partilhar mais que um só entardecer,
Perder e ganhar horas entre sonhos que há em nós,
Trocar pequenas coisas entre o olhar e o dizer,
Há momentos que flutuam quando nós estamos a sós.

E agora aqui,
Entre o sonho e a caneta,
Sou uma espécie de cometa,
A desejar um abraço forte,
Porque tu és o meu norte.

Vamos encontrar um oásis de meios-termos,
Entre o ir e o ficar sem nunca dizer adeus,
Vamos desfrutar até dos voos mais pequenos,
Sabendo que os meus sonhos neste dia já são teus.

Fica.

Estava em plena escuridão
Já sem nada acreditar,
Já sentado naquele chão,
Já sem lua e sem luar,
Quando tu me deste a mão,
Sem dar mais que um sorriso,
E tornas-te o que era em vão,
No simples gesto que preciso.

Estava em plena tempestade,
Sem um olhar que me cobrisse,
Mas num simples fim de tarde,
Mesmo antes que eu partisse,
Tu chegas-te de surpresa,
Para habitar dentro de mim,
E me fazer ter a certeza,
De querer lutar até ao fim.

Vou então desfrutar dos sonhos e luares,
A noite é fria lá fora, eu quero abraçar-me a ti,
Vou então sonhar com o dia que ao chegares,
Vais sorrir com teu jeito e dizer: quero ficar aqui !

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O banco de jardim.


Atravessámos o país em viagens de emoções,
Trocámos os sorrisos que pintavam o caminho,
Um Norte, um destino ao som de algumas canções,
Ao jeito de um olhar suspeito e de algum carinho !

Perdemos as nossas horas a subir e a descer,
Para que em coisas simples te pudesse encontrar,
Mostrar-te novos mundos em que tu pudesses ver,
Que sonho nas viagens da vida ao teu lado caminhar !

Sonho voltar, quero viajar,
Quero mais um dia assim,
Quero olhar, poder-te abraçar,
Naquele banco de jardim.
Sonho lembrar, o rio a passar,
E o que tu já és para mim,
Vou recordar, vou desejar,
Aquele banco de jardim.

Cruzámos novas pontes que o mundo deu a nós,
Parámos nesse instante todo tempo, todo espaço,
Fingindo que este mundo existe para estar a sós,
Enquanto prolongarmos o tempo do nosso abraço.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Deixa-te levar.

Se as surpresas não são mais,
Que carrosséis imprevisíveis,
Eu acredito muito, demais,
Nos tais supostos impossíveis,
Porque entras-te na mesma viagem,
Porque viajas no banco ao lado,
Porque percebes a minha mensagem,
Porque me lês quando estou calado.

Se as surpresas são inesperadas,
Talvez não queiram ser compreendidas,
Talvez sonhem ser desfrutadas,
Talvez surpresas tenham sete vidas,
Porque embarcas-te no meu carrossel,
Porque tens tudo o que é surpreendente,
Porque és a minha folha de papel,
Porque és o sol daquilo que se sente.

Se a vida te surpreende,
Não precisas de ter medo,
Deixa-te levar,
Só voando é que se aprende,
A agarrar aquele segredo,
Que te faz levitar.

Se as surpresas são como luares,
Obedecendo á vontade das marés,
Que a surpresa seja então ficares,
A surpreender-me com o que tu és,
Porque és mar alto quando quero afogar-me,
Porque és mar calmo quando quero sentir-te,
Porque és onda quando queres abraçar-me,
Porque és surpresa quando quero ouvir-te.

sábado, 3 de setembro de 2011

Parques de emoções.

Num passeio nocturno o céu abriu-se de par em par,
Nas palavras secretas que só contigo quero partilhar,
Há noites em que o mundo não manda, apenas nós,
E há noites em que o nós se reflecte na nossa voz.

Largámos balões cheios demais de alguns desejos,
Trocamos razões para que existisse um simples beijo,
Voámos num laço que ambos largámos sem perder,
Olhámos o espaço em redor e a nós, para não esquecer.

Há passeios assim,
Podem não ter razões,
Mas no fundo, no fim,
Foram parques de emoções.
Há passeios demais,
Dos que tocam corações,
Por trocarmos sinais,
Nos parques de emoções !

Prolongámos as horas que o tempo não quer ver passar,
Esperámos o momento exacto para colidir o nosso olhar,
Sentimos que ao céu já chegou o sonho de quem voou,
Jamais largaremos os sonhos e tudo aquilo que se trocou.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Quarto Minguante.

Procuro-te no céu mesmo quando és lua nova,
Teu jeito é especial mesmo em plena escuridão,
Eu sei que és o toque e tudo aquilo que renova,
A face dessas luas dentro do meu coração.

Procuro perceber porque és sempre uma estreia,
Que eu espero para ver neste mundo de cinema,
É quando surges tu transformada em lua cheia,
Mudando realidades, até mesmo a mais pequena.

És as faces que o mundo me trás,
Se aqui é noite neste instante,
És o reflexo do sol que se faz,
És o meu quarto minguante.