segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Deixa-te levar.

Se as surpresas não são mais,
Que carrosséis imprevisíveis,
Eu acredito muito, demais,
Nos tais supostos impossíveis,
Porque entras-te na mesma viagem,
Porque viajas no banco ao lado,
Porque percebes a minha mensagem,
Porque me lês quando estou calado.

Se as surpresas são inesperadas,
Talvez não queiram ser compreendidas,
Talvez sonhem ser desfrutadas,
Talvez surpresas tenham sete vidas,
Porque embarcas-te no meu carrossel,
Porque tens tudo o que é surpreendente,
Porque és a minha folha de papel,
Porque és o sol daquilo que se sente.

Se a vida te surpreende,
Não precisas de ter medo,
Deixa-te levar,
Só voando é que se aprende,
A agarrar aquele segredo,
Que te faz levitar.

Se as surpresas são como luares,
Obedecendo á vontade das marés,
Que a surpresa seja então ficares,
A surpreender-me com o que tu és,
Porque és mar alto quando quero afogar-me,
Porque és mar calmo quando quero sentir-te,
Porque és onda quando queres abraçar-me,
Porque és surpresa quando quero ouvir-te.