segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Ar livre !

Parto agora para a entrada de outro espaço mais seguro
Suavemente vou sentindo todo o tempo definido,
E decifro cada canto, um mais branco ou mais escuro,
E agarro outro verso, de um poema já esquecido !

Não lamento os segundos que a caneta não escreveu,
Nem recuso as longas horas a pensar no seu sentido,
Mas dou graças aqueles versos que a mente já me deu,
E agarro outro verso, que me faz não estar perdido !

Estou no escuro , isolado, do exterior mais barulhento,
E aceito este silêncio com saudade de outros tempos,
Só preciso de uma folha, mais ar livre e um momento,
Para sentir o que não sinto e que o que sinto é sentimento !

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Porque sim !

No certo, que não é certo já duvido da certeza,
penso se pensar me faz bem ou me perturba,
prefiro só escrever, viver refugiado da fraqueza,
numa simples folha branca que só o ar descubra !

Vão passando tempos desde que me libertei,
dou versos, com rimas a que chamam de poema,
por muito que digam que agora eu já estagnei,
estou vivo mentalmente, não fiquei sem tema !

Sinto agora ser preciso reflectir no meu começo,
neste mundo de dar vida ao que a mente oferece,
o que escrevo para mim é de todos, nao tem preço,
não escrevo por escrever, escrevo quando apetece !

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Cão vádio !

Vão os cães pela rua fora,
a sondar esta selva fria,
vão julgando a toda a hora,
e mordendo quem contraria !

São os cães de raça mutada,
que abafam os passarinhos,
com arma de boca afiada,
controlam todos os caminhos !

Escondo o que escrevo ao frio,
para não sentir o que penso,
vejo ao longe um cão vádio,
segue-me por ter bom senso !

Sou de uma era que se inicia,
onde o cão volta a ser temido,
Abril terá que ter novo dia,
para que escreva sem castigo !

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Meu Fado - Versão Coimbrã

Nestes momentos em que a alma é breve, o peito aperta,
tocam-me os tempos de Coimbra no som da minha voz,
em cada passo nesta terra , uma ruela me desperta;
Existo eu, existe o fado e felizmente estamos sós.

Nas lembranças que já guardei nesta cidade,
choro as noites em branco, vela acesa no canto,
fica a saudade das capas e um rasto de ansiedade,
que a memoria me guarde todo tempo deste encanto!

Refão:

E eu tenho,
saudades da velha sé, saudades da serenata,
saudades mas canto o negro da minha capa,
saudades da poesia que com orgulho cantava,
com o rio ao fundo e a cabra iluminada !

No destino da alma outrora mais completa
o tempo trouxe a vontade de voltar e reviver
o que perdi na lua cheia desta rua sempre aberta,
e deixo acordes de guitarra a ecoar no amanhecer !

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Esperança !

Da paz se faz a paz e vice-versa simplesmente,
recusando qualquer espécie de elemento opressor,
se Deus nos dá a vida no seu mundo eternamente,
apaguemos este rasto de sofrimento e de dor !

Se outrora em Terra Santa nasceu o nosso Salvador,
e milhões de pós-nascidos acreditam na sua vivência,
acredito eu também na força do seu grande amor,
fazendo a minha prece de apelar à consciência !

Nessa terra de martírios onde a guerra é mais antiga,
e remonta a esse tempo onde a nossa fé nasceu,
encontramos alguns crentes que de forma tão sofrida,
para terem a sua paz, sofrem o que Deus sofreu !

E passados dois mil anos estou ainda esperançado,
o objectivo do Messias está ainda por cumprir;
a paz chegar ao mundo não é alvo fracassado,
só faltando olhar o céu com abertura para sentir !

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Meu fado !

Nestes momentos em que a alma é breve, o peito aperta,
tocam-me os tempos do meu país, no som da minha voz,
em cada passo na minha terra, há uma fé que me desperta,
existe eu, existe o fado e felizmente estamos sós !

No meu destino que já guardei, nesta tristeza,
choro as noites em branco, a vela acesa no canto,
e as sementes que deitei fora numa falsa certeza,
deram vento ao amor, meu profundo desencanto !

E eu tenho...

Saudades do rio, saudades de ser criança,
saudades mas canto, o que resta de esperança,
saudades da poesia inocente que escrevia,
sobre a terra portuguesa onde gaiato eu vivia !

No destino da alma outrora pouco definida,
o tempo trouxe a vontade de navegar e descobrir,
o que perdi na inocência desta vida tão sofrida,
o que fui na minha terra; que será ela a seguir ...

É tão breve este momento de aperto no peito,
que os tempos que me tocam, nem cantam só choram,
desperta a fé da minha alma portuguesa, brasão eleito,
cumpriu-se o fado nesta humilde certeza,

de que tenho

Saudades do rio, saudades de ser criança,
saudades mas canto, o que resta de esperança,
saudades da poesia inocente que escrevia,
sobre a terra portuguesa onde gaiato eu vivia !

Rio !

Nasce rio, inocente, na montanha em altitude,
vai escorrendo nesse vale dando vida a essa terra,
dá azul a este mundo nessa tua inquietude,
pacifíca este mundo, que delicia, que virtude
falar com a minha alma, como falas com a serra !

És veloz nessa descida cujo tempo é ancioso,
desejando o leito calmo da planície que te espera,
nessa força não temes o caminho mais anguloso,
vais por becos montanhosos cujo trilho é perigoso,
condenado a uma vida de um ano ou de uma era !

E chegado à planície pacifícas a paisagem,
dando vida a essas margens que esperavam sem luar,
floresceram esses campos inundados de miragens,
foram arrastadas pedras sem sofrerem as triagens,
que acabam como tu, numa foz que liga ao mar !

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Factor universal !

Como seres do mesmo sangue que fluímos,
pressupõe-se igualdade em qualquer estereotipo,
dentro dos direitos em consciência decidimos,
de forma indistinta, branco ou negro, evoluímos,
preservando os deveres que eu em mim descodifico !

A sorte do planeta está condenada ao humano,
e eu reflicto vivamente nesta dádiva de Deus,
ganho a incerteza de uma vida em tom de engano,
vislumbro o fracasso do espírito Ghandiano,
de pessoas desligadas da justiça ou Ateus !

Acredito na pureza do conteúdo de uma alma,
mesmo quando a mente suja exterioza a fraqueza,
neste mar de inquietude peço vida e quero calma,
dou voz a quem está preso do direito palma a palma,
guardo em mim o ideal de lutar contra a pobreza !

Sou assim , sem temer, defensor dos oprimidos,
realista quanto aquilo que em concreto posso fazer,
não posso dar asilo a todos os perseguidos,
não posso dar segurança a quem vive com os perigos,
mas para lembrar os injustiçados tenho algo, vim escrever!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Estado de alma !

Nos longos passos que já dei em percursos de incerteza,
encontrei a abstração da turbulência descontrolada,
e nas batalhas que travei com os momentos de fraqueza,
conquistei um estado de alma com ambição purificada !

Evitei o estado electrizante das vibrações extra mente,
condensei-me num reflexo da natureza da montanha,
e tentei tornar-me um rio que de forma consequente,
corre em busca do destino enfrentando cada amanhã !

Protegi o meu carácter de agressões de tempestades,
instalei um absorsor no interior da minha reflexão,
e sendo sempre reticente ao detectar uma novidade,
encontrei espontaneamente como viver a sensação !

Simplifiquei os meus problemas ao pensar em liberdade,
sem a complexidade de calendarizar as minhas atitudes,
equalizo a minha calma criando um mar de pacificidade,
e convicto vou dominando todas as minhas inquietudes !

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Sensação amorosa !

Escrevo nas linhas um sentimento tão profundo,
que o coração reúne somente em batimentos,
confirmo a invasão do teu planeta no meu mundo,
o teu domínio tão completo dos meus pensamentos !

Relato ao mundo um amor com um toque de magia,
coincidências de um tempo em que olhares se trocaram,
dominados pela certeza que começava um novo dia,
neste livro de uma vida que outros tempos sacrificaram !

No dominio afectivo que não conseguimos controlar,
encontrei o equilibrio que a minha alma ambicionava,
e na complexidade de um poema elaborado a rimar,
perpétuo um capítulo de uma fase de vida apaixonada !

São tempos em que tudo se desdobra em felicidade ,
são segundos de relógios em tudo parece ser eterno,
acreditando que para sempre terá esta intensidade,
para ser fresco no verão, e ser conforto no inverno !

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Sonhos antigos !

Tenho ambição de conhecer os lugares dos sonhos,
quero partir sem duvidar se o que faço é correcto,
quero encontrar a magia dos semblantes risonhos,
e dormir bem acordado durante a noite no deserto !

Não me resigno ao meu canto sabendo que mais existe,
divago entre as histórias de culturas tão diferentes,
e navego em eufúria sem saber se alegre ou triste,
vou mantendo a chama acesa nos desejos permanentes !

Podem ser só ilusão que eu suponho através da distância,
pode ser a televisão que os apresenta da forma que quer,
e lembrando alguns livros que foram lidos na infância,
tenho imagens desses sitio, hoje certo, outrora qualquer !

Sou comandado por desejos de continuar o meu caminho,
não terminar aqui a procura desse sonho que é real,
embora por vezes sinta que continuo a caminhar sozinho,
não desisto de promover o meu caderno a mundial !

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Silêncio do quarto !

Na abstração do exterior foco-me num candeeiro,
esta luz que me cega os olhos ilumina o meu caderno,
e se houver electricidade até ao minuto derradeiro,
deixarei traços de vida durante o tempo do inverno !

Ligo a meia intensidade para ganhar descernimento,
procuro lápis ou caneta para alimentar a minha mão,
e sentindo felicidade por expulsar mais um momento,
não me importa o sentido nem tão pouco se é em vão !

Estou distante e afastado de tudo aquilo que me envolve,
durante o tempo que dedico a ocupar o espaço em branco,
admito que o que penso e sinto tudo em versos se dissolve,
e no final de toda escrita sou dominado por um encanto !

De repente há tempestade exterior ao meu isolamento,
e o candeeiro enfraquece não permitindo mais fluir,
vou guardar o meu caderno agradecendo ao pensamento,
fez-se noite neste espaço e eu tenho sono e vou dormir !

Futuro !

Vou acordar para um período de mudança,
louvar o medo e receio da actualidade,
já vejo rostos que têm quebras de esperança,
ao duvidarem se a terra tem continuidade !

Nos protocolos que se assinam a tinta mente,
e a alma chora porque é pura numa certeza,
se não cumprirmos o prometido no presente,
ficamos sujeitos a mil e um pontos de fraqueza !

Não há ciência que controle a mãe natureza,
existe sim, uma grande ignorância humana,
acreditando numa falivel atitude de grandeza,
conduzimos um planeta azul para a chama !

Não me canso e lembrarei eternamente,
este assunto que influencia o meu futuro,
devemos sempre dar voz a este ambiente,
e será o sonho um elemento mais seguro !

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

As minhas cruzadas

Quero ser uma grande cruzada desta era,
lutador por ideais que até hoje me moldaram,
ser livre em vida no universo ou na terra,
neste caminho de que muitos não abdicaram !

Afirmo que não sou aquilo que nasci,
mas sou o que tenho em mim para ser,
de uma forma que em tempo algum previ,
já estou certo de um caminho a percorrer !

Recordo Roma, Tróia e até a Grécia Antiga,
lembro as cruzadas que marcaram esse tempo,
e nessa história que está tudo menos perdida,
tiro coordenadas para marcar o meu momento !

Sem espadas para ferir seres inocentes,
nem armadura para me auto-proteger,
tenho canetas para seres inconscientes,
e um caderno para que possa escrever !