segunda-feira, 2 de abril de 2012

Às vezes é preciso.

Às vezes é preciso dar cordas à vida,
Talvez trocas as pilhas do lugar de uma ferida,
Inverter os ponteiro do nosso dia a dia,
Que não seja mais um mas que seja magia;
Às vezes é preciso enveredar por caminhos,
No fim já lado a lado e no início sozinhos,
Fazer contas ao tempo mais devagarinho,
Não sermos marionetas do nosso destino.

Ainda temos tempo para um último sopro,
Para unirmos margens como margens do Porto,
Às vezes é preciso repousar e absorto
Lutar por algum sonho que já dão como morto.
O tempo não é mais que algo rotativo,
Que sabe ser amigo como sabe ser perigo,
Que foge sem aviso no passo decisivo,
No momento chave do sonho pretendido.

Contente fico eu por não ter descurado,
Do que havia pensado e havia sonhado,
Num desejo tão claro de ficar ao teu lado,
Não sabendo se era certo ou era errado,
Às vezes é preciso dar cordas ao presente,
O futuro que se esconde precisa de corrente,
E ao lembrar o passado fico tão sorridente,
Às vezes é preciso dar voz ao que se sente,
E tu tens sido o ouvido da margem em frente.