quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Sol.

Estou deitado na areia da praia,
Espero a hora de te ver nascer,
Num sentimento que não se ensaia,
Numa ansiedade para te envolver,
Liberto o frio do período nocturno,
Agarro os raios dessa tua aurora,
Para me atar no teu trajecto diurno,
E ir contigo quando fores embora.

Suavemente vais trepando o céu,
Vais-me olhando num plano superior.
Trazes o dia a tudo o que é meu,
Ao meu coração trazes o teu calor,
E quando chegas ao ponto mais alto,
Dou cambalhota de contentamento,
Só vais a meio do teu grande salto,
Entre o acordar e o teu novo relento.

Quando desces para o meu horizonte,
Baixas o brilho para que possa olhar,
Espero que o teu coração se desmonte,
Para o juntar quando chegar o luar,
Estou a sorrir porque já é fim de tarde,
Talvez não seja só um entardecer,
Agora a vida é uma eterna novidade,
Desde que acordas ao anoitecer,
Vou-te abraçar até voltares a nascer.